terça-feira, 1 de março de 2016

Hoje eu quero o som de todas as guitarras do mundo



Hoje eu quero o som de todas as guitarras do mundo
Duras, afiadas, mortais.
Em sangue, em rasgo
Sem whisky, sem cigarros, sem bocas.
Apenas o grito das cordas metálicas
Unidas, em um cataclismo sonoro que me arrebate.

Zunido que arranca de mim aquilo que sequer os textos e poesias exorcizam:
Venha! Inunde meus ouvidos e ensurdeça meu coração.
Faça-o parar de bater!
Tire-me o fôlego, entorpeça-me a mente, enrouqueça-me a garganta.
Faça-me insana!
São, pois, elas, as guitarras, as grandes responsáveis pela insanidade de parte do mundo.
E de mim.

Penetrem-me em solos pervertidos, que tapem os buracos de minha alma
E estanquem o sangue dos meus cortes...
Todas juntas, só vocês, hoje.
Venham!
No som de todo o mundo.

 Andrea Campelo

01/03/2016