Por onde os ventos me puderam levar
Em toda esquina que escolhi cruzar
Nos corações que ousei me afogar
Em nenhum deles consegui me encontrar.
A liberdade que me gritava às entranhas
Longe ao mundo me lançou
Parecia ser sede por uma busca de um lugar,
Um sentido
Um afago perdido...
E busquei, busquei, busquei.....
mudei, mudei, mudei....
A olhar pra trás, e almejar o porvir....
sem nunca me sentir...
o tempo passava, sem respostas.
E vinham mais lugares.
Tantos rostos.
E gostos.
Aquela sede infinita...
E de repente...
O vento cessou.
Toda luz apagou.
A escuridão em mim desabou.
Sem lugar.
Sem espaço.
Sem tempo.
Apenas o silêncio.
E nele, EU.
Inteira.
Sem buscas.
Na maior descoberta da minha vida.
Eventualmente retornei...
Ao mundo.
Aos ventos.
Ao Tempo e espaços.
Livre daquela sede.
Sem mais buscas,
Consciente de onde me encontro...
Não em um lugar, uma pessoa,
Ideologia, trabalho...
Eu estou em meu silêncio, onde quer que esteja:
Ao submergir nas águas do mar....
Deitar-me aos pés de uma árvore....
Inspirar o ar fundo em meu corpo...
perceber meus pés tocando o solo...
Estar presente quando o sol me toca a diz que somos um.
Ali, completa.
SOU.
Simples e serena.
Aqui e neste instante.
No silêncio.
Na ausência de destino.
Apenas o caminho.
Andrea Campelo
27 de Setembro, 2019