segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016



Dividi pedaços de mim, por dias.

No raro momento ilusório, encontrei o espaço de conforto e confiança onde depositamos a parte que nos cabe da cumplicidade.
Por delícias deslizei... no sabor de compartilhar as pequenas coisas...
Ver as belezas e dores dos pormenores, que moram no intervalo das horas cotidianas.

Derramei sorrisos, flertes, confissões. Deixei transparecer por alguns momentos, eu mesma.
Em verdade, pouco censurei de mim.

Ah, foi tão fácil, simples. Natural. Singular. Para mim.
Foi um (re)encontro. Cheguei a pensar.

Mas... (inconveniente “mas”...), estive só.
A ilusão foi apenas minha.
A singularidade, irrecíproca.

Onde me dividi em dois, para trocar apenas com um, fui apenas mais um, a receber o mesmo (ou menos) de tantos.

O que dei, deixo ficar. Pode levar. Deixou de ser só meu, quando quis, por mim, dar.
Guardarei sim outro pedaço, que acredito não compartilhar.

Uma latejante saudade, que parece que vai durar...

Andrea Campelo

29/02/2015

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário