Dividi pedaços
de mim, por dias.
No raro
momento ilusório, encontrei o espaço de conforto e confiança onde depositamos a
parte que nos cabe da cumplicidade.
Por
delícias deslizei... no sabor de compartilhar as pequenas coisas...Ver as belezas e dores dos pormenores, que moram no intervalo das horas cotidianas.
Derramei sorrisos,
flertes, confissões. Deixei transparecer por alguns momentos, eu mesma.
Em verdade,
pouco censurei de mim.
Ah, foi tão
fácil, simples. Natural. Singular. Para mim.
Foi um
(re)encontro. Cheguei a pensar.
Mas...
(inconveniente “mas”...), estive só.
A ilusão
foi apenas minha.A singularidade, irrecíproca.
Onde me
dividi em dois, para trocar apenas com um, fui apenas mais um, a receber o
mesmo (ou menos) de tantos.
O que dei, deixo ficar. Pode levar. Deixou de ser só meu, quando quis, por mim, dar.
Guardarei sim outro pedaço, que acredito não compartilhar.
Uma latejante
saudade, que parece que vai durar...
Andrea Campelo
29/02/2015
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