segunda-feira, 25 de julho de 2016

O Que Ficou


Latas de cerveja na mesa
Cinzas de cigarro
Seda no chão.
Músicas repetidas
Frases não ditas
Um tabuleiro de Gamão.

Sal de lágrimas
Uma série de poemas
Aquela dança.

O chocolate de manhã
Café preto
Tua mão no meu peito.

A cama montada
Uma mesa doada
A felicidade roubada.

Cor de folha seca
Beijos num carro azul
Hiatos num passado
Tua foto nu.

Água do mar na boca
Uma cortina louca
A hora pouca.

Conversas na madrugada
A Kraken domada
A lombra desvairada.

O som do teu desejo
O gosto do gozo
O beijo no olho.

Uma caixinha prateada na mão
Minha alucinação
As pernas em fusão.

O olhar de mutante
A vontade incessante
O sorriso inebriante.

O astral singular
O coração a flutuar
A vontade de ficar...

Andrea Campelo

25/7/2016

sábado, 16 de julho de 2016

Eu te Amo

 
Pela fome  com que me beijas
E a sede que me tocas
Eu te amo.
 
Pela imensidão de teu sorriso
E por derramá-lo todo em mim
Eu te amo.
 
Por leres meus pensamentos
E serem todos eles teus
Eu te amo.
 
Por sem bateres teres entrado
E nova vida teres me dado
Eu te amo.
 
Pelas mil cores que trouxestes
Pelas noites, cervejas, praias, cigarros,  danças e auroras que me destes
Eu te amo.
 
Por enlaçares tuas pernas nas minhas
E juntos criares esta dimensão paralela
Eu te amo.
 
Por seres sol, magia, e luar
E em tudo isso teres me permitido estar
Eu te amo.
 
Por teres aberto teus braços e teu coração
Por seres co-criador dessa nossa alucinação
Galego, eu te amo.
Andrea Campelo
16/07/16

Sou eu, a Dor.


 
Certo tempo faz que não nos vemos...
Voltei, moça dos cabelos de fogo.
E vim para te queimar.
Esta casa agora é minha!
E você inteira vou tomar.

Estarei em teu ventre do momento em que despertas
Até enfim ires deitar.
Aproveitarei  cada instante,
Entrarei  em qualquer lugar.
Nos detalhes mais fisgantes
Com toda força, farei-me notar.

Serei a dona dos teus dias
Enquanto esse sangue teu jorrar.
Aceita sem revoltas, mulher
Há de assim facilitar.

Aproveite bem as lágrimas que derramas
Dou-as de presente, para que te possam aliviar.
E enquanto, em súplicas, chamas esse nome,
Fico eu em ti a dançar!

Andrea Campelo

16/07/16