domingo, 23 de fevereiro de 2020

Súplica de um Coração, para Ela

Eu de sangrar-te, ando seco
Meu pulso arrasta cansado de súplicas
Estanque!

Já não és dona de ti, maldita
Nem caminhas com tuas pernas
Para me dares a outras mãos?

O que te deixo faltar para tanto me tirares?
Vagabunda!
Derramas a mim, desmedida
Esvaindo as couraças que me fizeste criar
E me pões nu, exposto, sozinho.
Egoísta!

Se não és tu só, infeliz
Vê que faz-me eu estar!
Nascem em mim os tentáculos que me sufocam
E sequer meus gritos queres escutar.
Cretina!

Se tu, a mim que te nutro
Não amas
Quem poderá a ti amar?!

Meu sangue há de te faltar.
Patética
E isso te digo:
Ninguém há de ficar.

Andrea Campelo
23.02.20

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