quinta-feira, 13 de dezembro de 2012


 O Silencio das primeiras horas
Durante muito tempo ela achava que as horas mais preciosas de seu dia eram as que precediam seu sono.
O momento em que deitava-se, exausta, e enlaçava-se ao cheiro do lençol e ao afago da cama. A promessa do descanso parecia ser a maior recompensa pelo labor e estafa dos seus dias.
Mas aquela manhã mostrara algo novo aquela mente inquieta.
Antes do grito de seu despertador, ela abrira os olhos. Sob as cobertas, inteira, ela sentiu-se do outro lado da janela, para imaginar se ainda era de madrugada. E pela luz que pairava, percebeu serem os primeiros raios de sol.
E então o sentiu: o silencio.
Tirou o cobertor do rosto, não abriu os olhos. E o ouviu.
Imenso. Austero. Sublime.
Em verdade, mal saíra do sono. E sua mente ainda estava quieta.
Ali, seu extase. Que sensação inexplicável aquela que as primeiras horas traziam.
O silencio visceral, austero.
Os primeiros raios de sol.
A mente quieta.
A paz começara a invadi-la, quando piscou os olhos... e os pensamentos mais uma vez invadiram seu mundo.
Lá fora o silencio morria. E as horas passavam.
Andrea Campelo
11/2012

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