sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


Um presente dado pelo Zinca, porto meu.

O Pássaro

Na doçura de um fim da tarde,
Ouvi o canto do pássaro,
Julguei o melhor de todos,
Na verdade era.

No auge de minha mocidade,
louco me comportei
Desejei bastante aquele pássaro
Agi como ladrão e de seu dono roubei.

Seu canto, em meu corpo ecoava,
Sua liberdade inveja me causava,
Sua insanidade meu ego alimentava.

Já não sabia mais quem eu era.
Não sabia mais quem era ele.

Seria eu um pássaro?

Triste fiquei,
Quando em sua gaiola
Eu não mais o avistei.

Livre ele sempre foi,
Mas já era um pedaço de mim,
E fez muita falta.

O pássaro voou, voou, voou
esta seca não era seu lugar,
e em sua longa jornada,
até o terreno da liberdade ele escolheu pra morar.

A léguas eu estava,
Acostumei-me com a solidão,
Por maior que fosse a multidão,
De seu canto sempre lembrava.

Passado muito tempo,
Meio distraído escutei
Aquele canto novamente.

Sorriso nos lábios, alegria no olhar
Felicidade.

Suas penas continuavam lindas
E seu canto hoje melhor ainda
Liberdade.

Grandes tardes lhe ouvindo
Longas noites conversando
Aprendi até assobiar
Mas nunca aprendi voar.

Ele não era mais meu,
Ele não sabia, mas dele era eu,
Por mais que me esforçasse em novamente tomar-lhe,
Nossas vidas não se completavam.

Hoje o tenho como amigo,
Ele me sorri e isso hoje me basta,
A tristeza me inferniza,
mas se cala.

15/03/2008

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